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Crônica - Holofotes Paralelos


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#1 LordSnow -Ramsay

LordSnow -Ramsay

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Reputação: 2.556

Publicado 09 novembro 2017 - 19:59

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                                               Holofotes Paralelos - Ato I

 

-Derrame suas lágrimas nesta taça e as beba se você se arrepende do que fez. - Disse Aya, com sua máscara vermelha dando ênfase ao vestido bordado de carmesim  - Fique de prantos olhando para as estrelas e derrame um rio de gotas pedindo afago enquanto me olha com a inocência de uma pequena longa vida.

-Por você, minha pequena Aya, eu o faria se pudesse. - Eliot tocou os dedos dela, sem Aya assentir a ação. - Mas eu não sou um condenado para espalhar tanto sofrimento assim, muito menos uma nascente para tal ato executar.

  Aya fechou seus dedos na taça cristalina e a levou ao rosto de Eliot, com desdém.

-Mas se você está arrependido, seu coração poderá cegar seu orgulho e escravizar seus olhos. - Se fez um silêncio horrendo - Sinta e beba.

  Eliot tomou a taça em suas mãos e olhou o rosto de Aya coberto pela máscara que ocultava o vazio em sua expressão e tentava avivar o morto de seus olhos enterrados em âmago.

  Flocos de neve caíam do céu azul escuro e pintavam as estruturas das casas e os cabelos longos de Aya de uma cor matriz da inspiração e da beleza

-A neve nos envolve e, logo estaremos congelados em nossas próprias desgraças. Vamos até minha casa e...

-Seremos pedras de gelo se assim você permitir e não sentir nada por mim. Se for da vontade do teu coração, suas lágrimas aquecerão o inverno mais gelado que está por vir.

  Uma mulher trajada com um vestido rasgado e sujo chegou cambaleando aos pés de Eliot com expressão de um pedinte esfomeado, procurando consolo e abrigo em uma propriedade de dois braços.

-Não! Não! Não! - Ela exclamava, chegando a derrubar a taça dos dedos gelados de Eliot. - Se você já me estimou, não ouse derramar seu orgulho estúpido nesta taça!

  Eliot tentou a tirar de suas botas negras de veludo, mas sem sucesso. Lhe restou o confronto verbal.

- Nunca te amei, criatura asquerosa! Sai porque manchas minhas botas! - E a chutou, empurrando-a para a poça d'água que se banhava de neve.

  A moça começou a soluçar e a chorar estridentemente enquanto Aya refletia sobre Eliot.

-Qual o seu nome, minha querida? - Aya chegou solenemente até a mulher e a retirou da poça d'água, passando os dedos suavemente no contorno de seu rosto, limpando os flocos da nevasca eminente que chegaria em algum infinito próximo. Alguns infinitos são maiores que outros.

  A moça não conseguiu responder, estava corada e sua respiração era semelhante a de um agricultor no rigoroso verão.

-Porque não falas, querida? És muda ou o que? - Aya falou, com seus olhos de mel semi-abertos, chegando sua face mais perto da dela.

  A moça ficou ainda mais corada e começou a gaguejar.

-Eu eu eu n n não.

  Um silêncio ainda mais aterrorizantemente que o primeiro invadiu a cena.

-Parem. - A voz de um único corpo fora do palco eclodiu e todos se assustaram, menos Aya. - Luna, como sempre, fenomenal. Peters, bom trabalho. Já você, Isla... 

  De volta ao mundo fora da dramaturgia, Luna estendeu a mão para Isla, ainda corada, para sair da poça falsa de água.

-O o obrigada. - Isla respondeu ao se levantar.

  Luna devolveu com um sorriso provocante e com uma piscada de um olho só e, depois disso, se voltou para o Sr. Brown.

-Senhor Brown, acho que faltou rigor e autoridade nas minhas falas. O que acha? - Ela mudou de assunto.

-Acho que foi tudo ótimo, querida Luna. - Ele fez que sim com a cabeça, mostrando aprovação. - E decore suas falas pelo menos para conseguir improvisar, Isla. Quero isto para a próxima aula. E sem desculpas! - Ele olhou para Isla, enfurecido. - Tenha em mente este improviso perfeito de Luna, e que isto lhe sirva como inspiração para atuar melhor.


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