Casa de memórias
Na inocência perdida
Do âmago que veio sem eu perceber
Quando por uma porta passei
Deixei
Aqueles que me amavam de lado
Chorei
Porque nenhum odor de afago exalo
Fiquei
Sem chão e sem pedras no caminho
Lembrei
Que um caminho já não mais havia
Amei
A solidão e odiei estar só
Ancorei
No infinito vazio e em tudo isto me desfiz
Misturei preto na minha vida e tudo ficou gris.
Abri a janela e vi que o sol já não brilhava
Quis deitar na minha cama de folhas
Perto do conforto daqueles que me cativavam
Aqueles que um completo tolo estimaram
E de mãos vazias ficaram
Quando passei por aquela maldita porta
Dizendo:
''Adeus mãe, adeus pai
Por esta porta não passo de novo
De novo eu fico e de novo ando''
A correnteza me puxou e eu fiquei, em vão, remando.