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Máscara de Gelo (Capítulo 22 - Dois Pedintes)


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3 respostas a este tópico

#1 LordSnow -Ramsay

LordSnow -Ramsay

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Publicado 07 setembro 2017 - 21:03

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                                     Dois Pedintes

 

 

Um homem bem baixinho caminhava pelas largas ruas sujas da cidade enquanto sentia um grande calor e suava como um porco na imensidão da noite e na ascensão do luar.

Passou as costas do braço na face para tirar o suor, respirou fundo e decidiu se sentar, encostando numa casa pobrezinha.

Ele ouvia alguns cochichos e via dedos apontados pra ele na rua.

''Não é esse o irmão daquele ator? O Lanir?''

''O que o filho do cara mais rico da cidade tá fazendo aqui?''

''Olha mãe, um homenzinho pequeno!''

Apolo tentava ignorar os comentários.

Um homem passava por ele, andando lentamente.

-Ei, senhor... - Apolo o chamou, erguendo a mão direita. - Pode me dar uma moeda? 

-Peça pro miserável do seu irmão. - O homem passou reto.

O semblante de Apolo ficou ''destruído'' com a fala.

-Qual é seu nome? - Apolo gritou para ele, que continuava caminhando.

-Wilson. Peça para seu pai me contratar. - Ele devolveu o grito e continuou andando.

''Wilson.'' - Apolo guardou o nome na mente.

Essa foi a noite de Apolo: pedir moedas e esperar receber alguma coisa.

Até o momento ele só havia conseguido duas moedas e alguns insultos e coisas do tipo ''peça ao seu irmão''. 

Apolo já desistia de pedir algum dinheiro, até que uma mulher de cabelos de luz chegou perto dele e ficou parada o observando.

Quando ela chegou perto de Apolo, ele começou a sentir um frio repentino.

-Cabelos bonitos, garota. - Apolo elogiou os curtos cabelos louros dela.

-Obrigado... você gostou deles? - Os olhinhos dela, verdes como a grama, começaram a brilhar e ela esboçou um sorriso que enchia as pessoas de determinação.

-Gostei. - Apolo devolveu o sorriso, mas não era tão bonito como o dela. Era um sorriso feio, fruto da barba mal-feita de Apolo que crescia. Os dentes amarelos que nem algo podre também não contribuíam para isso. - Lindos olhos também. Vivos e claros como a luz... 

-Obrigado. - Ela arrumou os cabelos. - Sabe... eu posso te pedir uma coisa? 

-Eu que sou o pedinte aqui. Não tenho muito a oferecer, senão minha companhia e meu irônico senso de humor.

-Não é isso. Eu precisaria que você... bem, que você entrasse num lugar pra mim.

-Que lugar? - Apolo olhava para os olhos dela, desconfiado.

-É uma espécie de tenda ou... ou um lugar sujo. Dizem que é de um mágico... ou de um shaman, não sei.

-E por que eu entraria num lugar desses? - Ele tentou fazer um jogo com ela. - Eu não sei você, mas eu não acredito em coisas sobrenaturais e nem em mágica. Me dê um motivo para ir até lá.

-Eu estou o dia inteiro tentando convencer alguém a ir até lá... você não pode me fazer esse favor?

-Diga-me seu nome.

-Luna. Por que quer saber?

Apolo levantou com suas pernas curtas.

-Bom, Luna. Você sabe quem eu sou? 

Ela fez que não com a cabeça.

-Se você sabe, você está tramando algo. Se você não sabe, vai descobrir e tramar algo. Então, bem... eu sou Apolo. O irmão de Lanir, o cobiçado ator da cidade e filho de um dos homens mais ricos daqui. - Apolo levantou o dedo indicador para ela. - Eu posso pensar em várias armadilhas, entre elas: me sequestrarem, tirarem este dedo do meu corpo e mandarem para minha família, me matarem, me ameaçaram, etc... - Ele abaixou o dedo. - Mas sinto informar-lhe que nada vai adiantar. Aparentemente meu pai não é mais meu pai ao ver do seu ponto de vista e meu irmão não liga para mim. - Apolo fez um sorriso forçado no rosto. - Também eu posso entrar neste tal lugar que você está falando e me deparar com um dos Jires querendo minha cabeça. Quem sabe...

-Não, não... não é nada disso! É que eu... eu sinto que preciso ir lá, de verdade.

-Então ande com suas lindas e finas pernas até lá e faça charme para o mágico. Quem sabe ele não te dê uma poção do amor ou coisa do tipo. 

-Você é um cretino. - Luna ficou irritada e deu meia-volta.

-Te vejo outra hora, madame. - Ele fez uma reverência a ela e depois se encostou novamente na casa.

''Droga, se quiserem vir me pegar é só me levarem logo... pra que ciar essas malditas historinhas...'' - Ele pensou.

A situação de Apolo era preocupante, mas não tão preocupante quanto a de Jackson, que ainda estava preocupado com Charlotte.

-Mãe, por favor... me deixa ir lá. - Jack implorou para Emma, sua mãe.

-Jack, são dez e meia. A família inteira dela deve estar dormindo. Ela deve estar dormindo.

-Não, não está. Ela sempre me manda uma mensagem de boa noite quando vai dormir, sempre. Não importa a situação, ela sempre manda.

-Olha Jack... - a mãe passou a mão na cabeça. - Você conheceu essa menina faz pouco tempo... não se apegue muito a ela, ela deve ser problema... 

-Você não conhece ela. - Jack ficou indignado. - Ela é min...

-Você não vive mais por você Jack, não reparou isso? Você está vivendo nessa menina, nem se importa mais com você mesmo. Você vai acabar sofrendo por ela.

-Mãe... - Jack olhou para os lados para expressar um tipo de ''olha a bobeira que você está falando''.

-Eu estou dizendo isso porque quero teu bem, meu filho. Acredite, é tudo que eu quero.

-Eu sei mãe, eu sei. - Jack respirou fundo. - Mas se você quer meu bem, me deixa ir lá.

-Não. - Emma disse, autoritária.

-Por que não? - Jack ficou indignado.

-Filho, já te falei, eles estão todos dormindo provavelmente... - Ela acorrentaria o filho para ele não ir. - E ainda tem a questão desses terroristas na cidade, esses Jiros... Guires... Jires, alguma coisa assim... é perigoso.

-Eu volto rápido, não é longe daqui...

-Não, já disse. E fim de conversa.

-Você não tá falando sério, tá?

-Eu estou sim. E ainda digo mais: já está na hora de você ir dormir, Jack. Para cama, agora.

-Eu não vou. - Ele falou sem pensar.

-O que você disse? - Emma ouviu, mas queria que ele dissesse novamente.

-Eu. Não. Vou. 

Emma segurou o braço de Jack com a maior força que conseguia e tentou o puxar.

Jack revidou e soltou seu braço.

-Jackson Lewis... - A mãe ficou irritadíssima. 

-Eu não vou. - Jack agora deu um olhar cortante para ela.

-Tudo bem. Vá. Vá para a casa da sua amiga. - Ela cruzou os braços. - Quando voltar estará de castigo de um mês, não vai mais ver sua amiga Charlotte até o tempo que eu estimar e... não vai ter mais o celular pra ver as mensagens de boa noite dela. - Ela viu a expressão amedrontada de Jack. - Tudo bem pra você?

Jack não respondeu.

-Assim que eu gosto. - Ela percebeu que ganhou. - Para cama, agora.

Jack não falou nada, apenas foi até seu quarto e pensou no que poderia fazer.

Chegou até o quarto e bateu a porta com força.

O quarto impecável de Jack era bem simples: tinha uma cama de casal com um cobertor discreto, uma estante branca com alguns livros e CDs, uma cômoda branca, que em cima possuía uma grande televisão, um guarda-roupa de quatro portas com um espelho, e um tapete preto que envolvia grande parte do quarto.

Ele se jogou na cama e pegou seu celular, procurou os contatos e achou o contato de Charlotte.

Viu a foto do contato dela que era ela com um óculos escuro fazendo um sinal de ''paz e amor'', abrindo um grande e lindo sorriso com o fundo da foto de uma praia.

Jack apreciou um pouco a foto e resolveu mandar mensagem.

-Amor, agnt precisa conversar. É sério, eu não quis te magoar, é sério...

Me responde quando puder, sério.

Ele enviou e esperou cinco minutos.

Sem resposta e sem visualização.

-Char, vc já foi dormir? Se ainda não foi, pfv me responde

Ele pensou que a mensagem era idiota, mas qualquer desculpa pra enviar uma mensagem era boa pra ele.

Quinze minutos sem resposta.

-Charlotte, vc tá bem? É a última msg que eu vou mandar, é sério, me responde... por favor.

Ele enviou a mensagem com um sentimento preocupado e se deitou na cama sem fechar os olhos no grande escuro.

Trinta minutos depois, seu celular ainda não havia vibrado ou emitido nenhum som.

''Onde você tá...'' - Ele pensava.

Onze minutos depois o celular vibrou.

Jack, ainda acordado, ficou agitado e pegou o celular.

Abriu o aplicativo e viu que Charlotte havia respondido.

O coração dele começou a bater fortemente.

Ele foi ver a mensagem e viu que Charlotte mandou um áudio. Jack clicou no áudio e uma voz feminina (que não era a de Charlotte) respondeu com aspecto de zombaria. 

-''Ei meu querido Jack... aqui é a Charlotte'' - Se dava para ouvir alguns risos de fundo que pareciam de Charlotte. - ''Que tal nos beijarmos romanticamente numa noite linda como o pôr-do-sol enquanto as estrelas nos observam e veem você segurando meu corpo e levando meus lábios na sua boca...''. - O riso de fundo se transformou numa gargalhada e Jack percebeu que era a gargalhada de Charlotte. ''Espero sua resposta, minha luz. Beijos do seu eterno amor, Char.'' - E o áudio acabou.

Jack tentava processar o que ele acabara de escutar.

''Não era a voz dela... e aquele riso... aquele riso era dela...'' - Jack sentiu uma profunda angústia por pensar que estava sendo zombado pela garota da voz e principalmente por Charlotte. - ''Eu devia mandar alguma mensagem... ou não?''

Ele resolveu escrever.

-Charlotte, onde você tá? Quem é essa menina? - Ele enviou mas depois se arrependeu.

Sentia a barriga esfriar e seu coração virar um gelo. Ficava preso na hipótese de que Charlotte estivesse em outro lugar com uma pessoa que ele não conhecia enquanto ele estaria ali em seu quarto tentando imaginar as soluções dessas informações.

Cinco minutos depois o celular vibrou.

Jack, mais preocupado ainda, pegou ele mais rápido do que da outra vez.

Mais um áudio.

Ele clicou no áudio com desespero.

-''Uooooou! Você é inteligente mesmo cara! Não era a Charlotte, era eu! Que inteligência a sua! - A voz zombava de Jack e ele conseguia ouvir alguns risos abafados, provavelmente de Charlotte. - ''Meu nome é Wanessa e eu sequestrei a Charlotte! Ela é minha refém agora e eu só a devolvo se me der cinquenta mil reais!. - E o áudio acabou.

Jack sabia que era uma brincadeira de mau gosto, mas mesmo assim ficava preocupado com Charlotte. Amava ela de mais pra não se preocupar.

-Charlotte, é sério... eu tô preocupado com você. Por favor, fala comigo. - Ele enviou.

Repentinamente Jack recebeu uma ligação de Charlotte. Ele atendeu.

-Ei Jackson! - A voz de Charlotte parecia descontrolada.

-Charlotte, onde você tá? - A voz de Jack emitia preocupação.

-Eu já disse cara! Eu sequestrei ela! Eu sou Andressa, a sequestradora. - A voz do primeiro áudio falou do nada. - Não era Wanessa? - A voz risonha de Charlotte perguntou pra ela. - Ééééé... Wanessa! Me passa a grana e eu deixo ela viva! 

-Charlotte, é sério. Por favor, fala comigo... - Jack estava impacientemente preocupado.

-Tá bom Emily, me devolve o celular aqui. - A voz risonha de Charlotte voltou. - Não é Emily! É Wanessa! - A outra voz riu. - Tá bom Jackson, podemos falar agora. O que você quer? - A voz de Charlotte ficou séria agora.

-Eu quero saber onde você tá e com quem você tá. 

-Olha Jackson, meu dia foi uma droga hoje... por favor, só deixa eu curtir o resto dele. - Charlotte falou impacientemente.

-Charlotte, me desculpa pelo que eu disse hoje mais cedo. Eu não queria falar aquilo, é sério. Eu te amo.

-Não não não, você tava certo. Eu sou um pé no saco mesmo. Eu sou uma idiota. Charlotte, a idiota. O que achou? É melhor você amar outra pessoa, eu não sirvo pra isso, só vou te fazer chorar e ficar irritado, acredite. - Ela fez uma pausa. - Bye bye! 

Ela desligou.

Jack ficou irritado consigo mesmo por um momento e jogou o celular na parede.

 

 

 

 


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#2 iRektaaay

iRektaaay

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Publicado 07 setembro 2017 - 21:24

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Pra que tanta violencia ? 


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#3 walt13

walt13

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Publicado 07 setembro 2017 - 23:57

Sem ideias para te elogiar :S
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#4 LordSnow -Ramsay

LordSnow -Ramsay

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Publicado 08 setembro 2017 - 9:38

 

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Pra que tanta violencia ? 

 

 

Jack é um rapaz sensível, não se pode fazer isso com pessoas sensíveis :D

 

 

Sem ideias para te elogiar :S

 

Sem ideias pra agradecer  :S

 

 

Abraços,

Ramsay :D


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