Cântico de Rabiscos
Escrevo para não perder a prática
Escrevo para não perder o gosto
Rabisco folhas brancas
Para que de branco
Não tenham nada
De um lápis de duas facetas
Uma sai tristeza
E outra saem cânticos
Mas de uma fonte não se despejam duas águas
Então escolho o que é um vício
Um vício de cantar a liberdade
E gritar por amor
Para os que são surdos ouçam
Descobri que sou bom para falar
De tristeza
Mesmo que não goste de senti-la no peito
Amargura de um jovem e seus
Pensamentos por ele não escolhidos
Minha índole são meus rabiscos
Na árvore genealógica de outros
Talvez eu seja um eu melhorado de outro
Ou um outro seja um eu não inferior a mim
Eu não sou melhor que um corrupto
Meus rabiscos podem até ser
Mas eu não
Minha expressividade pode ser maior
Mas eu não
Eu só sou eu
Rabiscando meus contos nos seus