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Ventriloquismo (Parte 6 - Ravi)


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5 respostas a este tópico

#1 LordSnow -Ramsay

LordSnow -Ramsay

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Publicado 17 dezembro 2017 - 22:44

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A floresta quando o sol raiava era uma bela imagem para um fotógrafo concorrer ao prêmio Pulitzer e receber pouco ou algum reconhecimento por capturar uma imagem tão perfeita como aquela. Era tudo vislumbrante e belo ao olhar que padecia ao observar entre os galhos secos e as folhas verdes e presas os raios de sol iluminando a estrada de terra cheia de folhas caídas que funcionavam como um tapete para que algum rei passasse, porém não era um tapete vermelho com bordados dourados.

O grande tronco das árvores projetava uma sombra nas aglomerações de galhos caídos e de algumas latas de cerveja e de refrigerante que passaram a habitar o local depois do show de rock da noite passada. 

Noite passada. Alicia pensava que fazia muito tempo desde que tudo que aconteceu na vasta noite que tivera ontem atrapalhou ou melhorou sua vida. Entre prós e contras, o pró em que ela se apoiara era que tinha conhecido Nia, mas ela tinha numerosos mais contras (e alguns mais preocupantes também).

No lado oposto ao que Alicia passou pela bifurcação do rio na noite passava havia um pequeno lago cristalino e cintilante com um terreno plano,sem nenhuma árvore em que as pessoas normalmente faziam piqueniques e reencontros de família. Alicia nunca viu esta parte da floresta, portanto foi tudo novo para ela quando estava montada nas costas de Nia, que a carregava com alguma estranha facilidade.

Como se já não bastasse o sol envolver toda a floresta e regular o tempo dela, ele também nutria a vegetação em todo o terreno que a comprimia, mas especialmente nas redondezas e na orla do lago, fazendo com que crescessem flores coloridas de todos os tipos: orquídeas, rosas, violetas, tulipas, girassóis, gardênias que ainda não desabrochavam, etc...

Ainda se podia ver alguns pequenos esquilos procurando algum alimento correndo entre o lago e a outra metade da floresta que já era um pouco mais escura devido o número maior de árvores que nela havia.

Havia várias teorias de como a cidade de Audrie fora criada: alguns acreditavam que nela existia um povo indígena que foi colonizado pelos ''homens modernos'' e foram submetidos ao regime de escravidão, tendo que servir seus novos proprietários e, sobretudo, na construção de tudo que necessitavam. Outros diriam que ela cresceu em torno da capela Santa Carmen, localizada no centro da cidade e do coração urbano de Audrie, onde diziam que qualquer enfermo que chegasse perto da pequena capela era instantaneamente curado. Mas o que Nia acreditava era que ela tinha sido iniciada nas redondezas deste lago que ela e Alicia estavam apreciando, o lago Ravi. 

Nia sabia muito sobre o lago Ravi já que crescera na floresta e todos os dias frequentava a linda imagem que tinha sobre a palma das mãos no lago. Ela sabia, por exemplo, que o nome foi dado porque Ravi era um nome que significava ''O sol'', e os indígenas que habitavam a floresta cultuavam e adoravam o lago pela sua beleza e sua superstição de que limpava o espírito do homem impuro, tratando-o como se fosse um tipo de deus, deram-no o nome de Ravi porque ele era tão claro que se olhasse fixamente para ele enquanto era tarde, você poderia ver o reflexo do sol tremido pelas águas calmas e onduladas. 

-Posso te perguntar uma coisa? - Alicia já queria tocar neste assunto desde que percebera que não estava com sua roupa de ontem, mas preferiu esperar o momento em que ela estava sentada ao lado de Nia, olhando para as águas claras do Ravi. Ambas de mãos dadas.

-Se eu souber responder, pode me fazer duas. - Nia respondeu enquanto estralava os dedos e sorria para o lago.

Alicia soltou um riso preocupado antes de falar.

-É... - Ela gaguejou - Eu não sei como eu toco nesse assunto.

-Fala logo.

-Eu não estou com minhas roupas de ontem. - Alicia disse e corou, esperando o momento que ela queria evitar de tocar.

-E...

-Por favor, me diga que foi sua avó que me trocou. - Agora ela estava definitivamente corada.

-Ah... - Nia esboçou um sorriso tímido - Bem, na verdade... - E olhou para Alicia com um sorriso preocupado. - Foi...

-Ah. Meu. - Alicia foi interrompida. 

-Cara, eu estava desesperada e você tava sangrando, não tinha tempo pra essa frescura. - Nia falou rapidamente - E você viu a velocidade da minha avó, e, e, e... e quando ela tirasse sua camisa você já ia ter acordado. - Nia também estava corada agora. 

Alicia colocou a mão no rosto, envergonhada. 

-Olha, se é isso que você quer saber eu não toquei nas suas...

-Tá, tá, tá, já entendi. Entendi. - Alicia respirou fundo com o coração batendo a mil.

Se fez um silêncio constrangedor subitamente.

-Ok, eu posso ter tirado algumas fotos...

-Você o que?! - Alicia mudou a expressão.

-Ei, calma, eu só estou brincando.

-Ah, sua cretina... - Alicia empurrou Nia de leve e gemeu de dor quando seu braço estralou. 

Nia rapidamente perguntou se Alicia estava bem e ficou mais perto dela, colocando as mãos com cuidado no braço machucado de Alicia.

-Ei, é melhor você não se esforçar muito. - Nia advertiu. 

Alicia confirmou com a cabeça e as duas estavam novamente na mesma posição de antes: sentadas uma ao lado da outra vendo o sol iluminar o Ravi, que refletia a luz com um brilho ainda mais denso e elegante.

As duas ainda conversaram sobre o irmão de Nia, John.

John era um rapaz alto e louro como a irmã, com cabelos lisos tão amarelados que pareciam ser de prata, além de ter olhos azuis claros como a irmã e ter um terrível problema de ser teimoso demais para buscar as coisas que a avó pedia para comprar (daí veio a discussão de mais cedo), como Nia ressaltou. John tinha a mesma idade de Harry (22 anos) e não estudava, apenas vivia na casa da avó e trabalhava como lenhador junto a um grupo de homens parrudos que cortavam algumas árvores perto da saída da cidade de Audrie, já que a prefeitura não permitia que as árvores da floresta fossem derrubadas.

Para o prefeito da cidade, a floresta de Audrie era o cartão postal da cidade e seu orgulho: todos que passavam por lá tinham que ver a floresta e tirar o maior número de fotos que podiam para postar nas redes sociais e divulgar a pequeníssima cidade. Infelizmente poucos faziam isso, mas mesmo assim o teimoso prefeito adepto aos costumes antigos preferia ignorar esta última informação.

Alicia queria saber como era a vida de Nia naquele pequeno casebre de madeira que viviam ela, John e a avó, mas tinha medo que isso a remetesse de memórias a respeito dos falecidos pais como já citara e a entristecesse. 

-Eu preciso voltar pra casa hoje e, de preferência, andando por mim mesma e não carregada por uma pessoa que meus pais não conhecem. - Alicia disse - Tem alguma sugestão?

-Primeiramente, de nada por ter sido carregada. - Nia respondeu - E não, a não ser que você reze pra ser curada ou sei lá.

-É, quem sabe. - E ela deu de braços.

Mais uma vez, um longo silêncio inundou e o canto dos pássaros se iniciava na manhã de inverno mais quente que Alicia já tinha presenciado.

-Eu tenho uma ideia. - Nia se virou para Alicia - Vamos nos conhecer. Perguntas diretas e respostas diretas.

Alicia achou interessante e quis jogar o jogo.

-Pois bem, comece. - Alicia fez uma saudação para Nia.

-Nome completo? - Nia perguntou.

-Alicia Erin Bennett. Seu nome completo? 

-Nathalia Mitchell Evans. Idade?

-18. Sua idade?

-18. - Nia levantou uma sobrancelha para Alicia -  Cor favorita?

-Azul. A sua?

-Preto. Animal preferido?

-Gatos. Seu animal preferido?

-Cervos. - Nia olhou com desconfiança para a expressão de Alicia - Não me julgue. Frio ou calor?

-Frio. Você?

-Calor. Humanas ou exatas?

-Exatas. Você?

-Dane-se as duas. Banda preferida?

-Garden Floor. Seu artista preferido?

-Maxine Anderson 

-Cara, ela é tão linda. - Alicia falou - Eu questionei minha sexualidade quando eu vi ela.

-Bom, você me beijou, então você não é bem tão hétero assim. - Nia riu.

-Correção: você me beijou. 

-Foi tão ruim assim? - Nia sorriu para ela.

Alicia não respondeu.

-Bem, voltando às perguntas... - Nia tentou continuar, mas algo que ela viu a fez parar.

A expressão dela estava concentrada e pálida. Alicia olhou para trás e viu o mesmo que ela: um idoso de longa barba branca que se estendia até o peito e com cabelos ondulados cobertos por sujeira e folhas das árvores usando um casaco esfarrapado marrom, velho e rasgado que cobria seu corpo junto com uma camisa branca. Usava uma calça comprida e simples e nos pés usava um par de sandálias de amarrar antigas. Também tinha uma bengala nas mãos e estava parado do lado de uma árvore vigiando as duas garotas.

-Quem é aquele cara? - Alicia perguntou baixinho.

-Eu não sei, ele não fala. Nunca vi ele falando uma palavra, só vejo ele... sei lá, andando por aqui. Ele tá olhando pra gente. 

-Ele parece um mendigo, provavelmente quer que demos uma moeda a ele. - Alicia sugeriu. - Tem alguma moeda aí?

-Não. 

O homem sorria sinceramente para elas e de súbito se voltou para trás e começou a seguir o caminho de terra lentamente pondo sua bengala no chão a cada passo que dava.

-Cara, ele as vezes me dá medo. - Nia comentou - Sempre evito de chegar perto dele. Minha vó as vezes da alguns trocados e comida pra ele.

-Onde ele mora? - Alicia perguntou.

-Eu não sei. Mas falando nisso, caso eu precise te carregar pra sua casa, onde você mora? - Nia perguntou.

Alicia disse o endereço e elas continuaram a conversar sobre assuntos que vinham na cabeça das duas enquanto o sol ia mais adiante, levando o tempo a frente até chegar o meio-dia. Hora do almoço na família de Nia.

 


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#2 SrN1nj4

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Publicado 18 dezembro 2017 - 17:23

Mais um capítulo insigne para ler, bom, gostei muito desse capítulo, pelo fato de Nia se aproximar mais e conhecer a profundo a Alicia...

 

Isso foi hilário hehe :D :

-Ok, eu posso ter tirado algumas fotos...

-Você o que?! - Alicia mudou a expressão.

-Ei, calma, eu só estou brincando.

 

Quem será aquele senhor de barbas longas? Saberemos ou não hehe. Continue Ramsay, cada dia esse texto está ficando mais bom e mais curioso e ilustre. Continue, que eu irei ler e ler mais... ;)


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"Num tempo de engano universal, dizer a verdade é um ato revolucionário." - George Orwell.

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#3 LordSnow -Ramsay

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Publicado 18 dezembro 2017 - 17:41

Mais um capítulo insigne para ler, bom, gostei muito desse capítulo, pelo fato de Nia se aproximar mais e conhecer a profundo a Alicia...

 

Isso foi hilário hehe :D :

-Ok, eu posso ter tirado algumas fotos...

-Você o que?! - Alicia mudou a expressão.

-Ei, calma, eu só estou brincando.

 

Quem será aquele senhor de barbas longas? Saberemos ou não hehe. Continue Ramsay, cada dia esse texto está ficando mais bom e mais curioso e ilustre. Continue, que eu irei ler e ler mais... ;)

 

Obrigado por todo apoio que vem dando à história! Sem dúvidas é um dos grandes motivos para eu continua-la :D.

Gostei muito de escrever este capítulo pois, embora grande, deixei vários símbolos e menções escondidos no texto (que vou revelá-los quando acabar a história hehe)

 

 

Abraços,

Ramsay :D


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#4 SrN1nj4

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Publicado 18 dezembro 2017 - 17:45

Obrigado por todo apoio que vem dando à história! Sem dúvidas é um dos grandes motivos para eu continua-la :D.

Gostei muito de escrever este capítulo pois, embora grande, deixei vários símbolos e menções escondidos no texto (que vou revelá-los quando acabar a história hehe)

 

 

Abraços,

Ramsay :D

Estou curioso e ansioso para saber o que vai dar no final hehe. Deve ser algo grande e bem elaborado...


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#5 ursinhagamer

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Publicado 27 dezembro 2017 - 0:05

Já tava me perguntando sobre os pais do ser humano, tipo as vinte quatro horas depois do sumiço tão indo bater na porta.

 

Humm Nia é fortinha então... n sirvo nem pra carregar bebê hehe


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#6 LordSnow -Ramsay

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Publicado 07 janeiro 2018 - 21:37

Já tava me perguntando sobre os pais do ser humano, tipo as vinte quatro horas depois do sumiço tão indo bater na porta.

 

Humm Nia é fortinha então... n sirvo nem pra carregar bebê hehe

 

Nia é uma body builder disfarçada de garota amável

 

Ps: Alguém deveria ir pra academia pra malhar os bracinhos

 

 

Abraços,

Ramsay, o body builder


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