Torrente
Torrente de tudo que levanta e cai
De tudo que vai e volta
Pra tudo que vem e vai
Pros olhos que perdem seu curso
E acham em outro alguém
Por simples impulso
Levanta, sobe, desce e cai
Somos igual torrente
Mas a torrente acaba
Quando se vai
Nós não
A gente volta
Mais cauteloso - ou não
As vezes insistindo
Naquilo que nos faz sofrer
Sem perceber
Aquilo que nos faz viver
As torrentes são traiçoeiras
E Nós, muito pior
Porque a torrente acaba
E as desavenças vão junto
Nós não
Gostamos de dar
Socos em pontas de facas
Sendo que nós mesmo
Manuseamos a faca
O orgulho mata
Devia ser que nem torrente
E desaparecer
Mas não
Gostamos de sufocar
Nós mesmos
Com dedos cheio de arrogância
Devemos ser como torrente
Mas não nos espelhar
Porque a torrente surge da água
E morre com legado brutal
Nós nascemos do pó
E do pó nos vamos com legado torrencial
Convexo
Perco meu eu
Me espelho no seu
E novamente perco meu eu
O que não era perdido se tornou
Obsoleto
Me perco em mim
E me olho no espelho
Cabelo ondulado de curvas
Olhos claros cheios de luz
Sorriso amparado em desgosto
O espelho não se trinca
Só se transforma
Porque os olhos de quem
O olha
O mesmo forma
As vezes parece errado
Olhar pro passado e lembrar
Ou olhar pro futuro e deduzir
Os dois olhos focam em fragmentos
Quebrados
Ligados pelo presente desfocado
Ao em vez de sentir
O gosto de perder
Sinta o gosto de saber
Que só se sente quando
Deixamos de lado o que
A vida nos faz aprender
Portanto, não se olhe no espelho
Se for o transformar em algo que não é
Olhe pra si mesmo
Pense
Examine
E diga
''Eu me amo''