Fevereiro
Eu não posso esperar
O que há de inesperado
Para chegar
Uma rosa púrpura
Em fios de seda escuros
Que se embolam no indicador
E desenrolam no polegar
Só sinta o momento
Respire fundo e dance nas nuvens
Feche os olhos e entrelace
Os meus dedos nos seus
Cochiche algo no meu ouvido
Que me faça sorrir e perceber
Que o inesperado que eu mal podia esperar
Era aquele que sempre
Afagou meu caminhar
Renascer
Você sabe
É, você sabe
Tudo aquilo que eu fiz
E que falei que faria
Para você
E deixei os sonhos voarem
Que nem as palavras cármicas
Praguejadas em direção a você
Que o céu, justo pelo acaso, fez voltarem para mim
Eu vejo uma borboleta nos seus olhos azuis
Mas não sei se ela quer dizer
Aquilo que ela é
Insetos e pragas infestam o meu redor
E me sinto como um deles
Eu sei
É, as vezes eu sei
Que eu podia deixar
De falar
Ou de dizer
Aquilo que minha bomba relógio queria
Podia ter uma volta
É, ainda pode ter
Eu vejo uma borboleta nos seus olhos azuis
Mas não sei se ela quer dizer
Aquilo que ela é
Insetos e pragas infestam o meu redor
E me sinto como um deles
Nós sabemos
É, nós sabemos
Que tudo podia ter sido diferente
Mas ainda pode ser
Para nós dois
Não tem ninguém aqui
Só quero olhar as nuvens
Mas o céu tirou todas elas daqui
E a borboleta parece ser
Aquilo que ela é